'Operação Comunheiro II' foi deflagrada nesta sexta (21), no Grande
Recife e na Mata Norte. Foram presos empresários, funcionários e ex-servidores
de prefeitura e câmara de vereadores. Desvio é de pelos menos R$ 40 milhões.
Por G1 PE
Presos
pela ' Operação Comunheiro II' foram levados ao Depatri, no Recife (Foto:
Ascom/Polícia Civil de Pernambuco)
A associação criminosa
desarticulada pela ‘Operação Comunheiro II’, deflagrada
nesta sexta-feira (21), fornecia alimentos podres e fora do prazo de validade
para crianças de escolas públicas em Pernambuco. A afirmação foi feita pelo
chefe da Polícia Civil, delegado Joselito do Amaral, que fez um balanço parcial
da ação. O valor dos danos aos cofres públicos é de pelo menos R$ 40 milhões.
“Primeiro, os envolvidos nos
crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro ofereciam amostras de boa
qualidade para as prefeituras. Depois, entregavam produtos fora do prazo e com
data adulterada. Era carne podre”, declarou.
Segundo Amaral, foram presos
empresários responsáveis por nove empresas envolvidas em fraudes em licitações
em pelo menos seis prefeituras: Recife, São Lourenço da Mata e Itamaracá, na
Região Metropolitana, além de Paudalho, Buenos Aires e Carpina, na Zona da Mata
Norte.
Além dos responsáveis pelas
empresas, também foram alvo da operação e estão detidos servidores e
ex-servidores da Câmara de Vereadores de Carpina e da Prefeitura de Buenos
Aires, que participavam efetivamente do esquema de fraudes. O chefe da Polícia
Civil de Pernambuco revelou que a associação criminosa combinava licitações
para depois repartir o dinheiro arrecadado.
“Eles combinavam as
licitações para uma das integrantes do grupo vencer. Eles ficavam com 15% do
total do dinheiro entregue pelo poder público. Uma das empresas, sozinha,
faturou R$ 38 milhões”, afirmou.
Além das fraudes, o grupo,
segundo a polícia, praticava lavagem de dinheiro. O esquema tem envolvimento
com compra de veículos de luxo. “Apreendemos sete carros. Eles atuavam do
litoral ao Sertão. É muito dinheiro desviado”, observou Joselito do Amaral.
Veículos
comprados em um esquema de lavagem de dinheiro foram apreendidos (Foto:
Ascom/Polícia Civil de Pernambuco)
Mandados
A 'Operação Comunheiro II'
cumpriu sete mandados de prisão e também 26 mandados de busca e apreensão, além
de 12 de condução coercitiva, quando as pessoas são levadas para prestar
depoimento. Todos foram expedidos pela Justiça em Carpina, na Zona da Mata Norte.
A 'Comunheiro II' é a 26ª
operação de repressão qualificada deste ano. A Justiça também determinou o
bloqueio de contas bancárias e a decretação judicial da proibição das empresas
citadas contratarem com o poder público.
As investigações foram realizadas
pela Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços, sob a presidência
do delegado Izaias Novaes. Participam da ‘Operação Comunheiro II’ 170 policiais
civis, entre delegados, agentes e escrivães, além de auditores do Tribunal de
Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE).
Os presos e os materiais
apreendidos foram levados para a sede do Departamento de Repressão aos Crimes
Contra o Patrimônio (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste do Recife.
Primeira etapa
No dia 17 de março deste ano,
a polícia deflagrou a primeira etapa da
'Operação Comunheiro'. A corporação investigou um esquema de lavagem de dinheiro
e fraude de licitação em Pernambuco. Três pessoas foram presas. O grupo
utilizaria “laranjas” para fraudar e ganhar licitações em diversos municípios,
com desvios que podem superar R$ 13 milhões.
Segundo a polícia, o foco
inicial das investigações são três empresas. Elas utilizariam de mecanismos
para fraudar e ganhar licitações nas áreas de gênero alimentício, material de
expediente e serviços.
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